"Vou-me embora, vou-me embora ... Eu aqui volto mais não ... Vou morar no infinito ... E virar constelação” (Portela, Samba Enredo 1975 - - Macunaíma

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Macunaíma




A personagem-título, um herói sem nenhum caráter, é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. Escrito sob a ótica cômica, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos.


Esta obra valoriza as raízes brasileiras e a linguagem utiliza o modo de falar dos brasileiros, buscando imitá-lo na escrita, a partir de uma idéia que Mário de Andrade tem de uma "gramatiquinha" brasileira que desvincularia o português do Brasil do de Portugal, e que vinha se desenrolando no país desde o Romantismo. Por conta disso, são comuns as substituições de "se" por "si", "cuspe" por "guspe" entre outras.


O episódio da "Carta pras Icamiabas", as senhoras amazonas, ao empregar o modo de expressão do português de Portugal antigo, implica numa crítica social, demonstrando que o português falado no Brasil é totalmente diferente demonstrando uma grande evolução diante da quebra de regras normativas totalmente arcaicas, apresenta uma quase diglossia entre o modo como a gramática manda escrever e como as pessoas efetivamente se comunicam.



by Ataís Pimentel

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