"Vou-me embora, vou-me embora ... Eu aqui volto mais não ... Vou morar no infinito ... E virar constelação” (Portela, Samba Enredo 1975 - - Macunaíma

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Pesquisas ...



Mário de Andrade, antes de escrever Macunaíma, fez pesquisas e consultas detalhadas de elementos que apresentassem valores ou características nacionais, como a fauna, flora, instrumentos musicais, práticas medicinais, mitos, lendas, expressões indígenas, entre outros; ou seja, procurava acima de tudo escrever a psicologia do brasileiro.Além disso, ele fez uma minuciosa, pesquisa entre vários autores que fizeram estudos sobre os costumes, a cultura indígena, e o folclore, mas principalmente o etnógrafo alemão Theodor Koch-Grumberg.Koch-Grunberg, fala sobre seus estudos sobre a cultura indígena realizados entre tribos do extremo norte do Brasil, Guianas e Venezuela.Além de suas pesquisas bibliográficas, enquanto escrevia Macunaíma, Mário de Andrade fez uma viagem até o norte do país, Amazonas e Pará.Mário de Andrade retirou seu herói de seu livro de um dos volumes de Koch-Grunberg, onde nele trata de mitos e lendas que aparece Macunaíma; ele é um deus e herói civilizador, contraditório, irreverente, preguiçoso e sensual. Assim, Mário de Andrade, o identificava com o comportamento do povo brasileiro.Através do livro, o autor procurou desregionalizar os acontecimentos, procurando quebrar o regionalismo. O autor coloca lendas indígenas em uma área metropolitana. A lição do livro é: é possível encontrar os valores e as necessidades que irão apontar um caminho cultural de independência para o Brasil.Mario de Andrade é um dos principais responsáveis pela Semana da Arte Moderna, traz em suas obras, grandes características modernistas, por exemplo:Busca a originalidade, a qualquer preço; Mistura termos de origem indígena, africana, gírias populares, arcadismo e regionalismos.Um dos objetivos de Mário de Andrade e dos modernistas em geral, já se alongava na busca da compreensão do comportamento e das necessidades brasileiras. O que ele propôs era o conhecimento do povo brasileiro em profundidade, desejando a nacionalização da Literatura Brasileira.
By Renato Oliveira

Macunaíma e a renovação da linguagem literária



Publicado em 1928, numa tiragem de apenas oitocentos exemplares (Mário de Andrade não conseguira editor), Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, é uma das obras pilares da cultura brasileira. Numa narrativa fantástica e picaresca, ou, melhor dizendo, “malandra”, herdeira direta das Memórias de um Sargento de Milícias (1852) de Manuel Antônio de Almeida, Mário de Andrade reelaborar literariamente temas de mitologia indígena e visões folclóricas da Amazônia e do resto do país, fundando uma nova linguagem literária, saborosamente brasileira. Macunaíma - bem como Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e Serafim Ponte Grande (1933), de Oswald de Andrade - foram obras revolucionárias na medida em que desafiaram o sistema cultural vigente, propondo, através de uma nova organização da linguagem literária, o lançamento de outras informações culturais, diferentes em tudo das posições mantidas por uma sociedade dominada até então pelo reacionarismo e o atraso cultural generalizado. Nacionalista crítico, sem xenofobia, Macunaíma é a obra que melhor concretiza as propostas do movimento da Antropofagia (1928), criado por Oswald de Andrade, que buscava uma relação de igualdade real da cultura brasileira com as demais. Não a rejeição pura e simples do que vem de fora, mas consumir aquilo que há de bom na arte estrangeira. Não evitá-la, mas, como um antropófago, comer o que mereça ser comido. O tom bem humorado e a inventividade narrativa e lingüística fazem de Macunaíma uma das obras modernistas brasileiras mais afinadas com a literatura de vanguarda no mundo, na sua época. Nesse romance encontram-se dadaísmo, futurismo, expressionismo e surrealismo aplicados a um vasto conhecimento das raízes da cultura brasileira.


By Gabriel T. Lobo

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Romantismo


O Romantismo foi uma revolução num amplo sentido. É nele que a concepção de mundo e as atitudes que se tomam diante dele passam a ser distintas das que marcaram os séculos anteriores. O final do século XVIII é marcado pela dissolução de várias aristocracias governantes, através de revoluções, que mudaram os valores na literatura que até então então eram exprimidos na tragédia e em outros gêneros clássicos. Isto teve grande influência da Revolução Industrial, principalmente na Inglaterra e Alemanha, países onde o romantismo começa dominar o cenário cultural.

O Romantismo traz para a literatura a noção do progresso indefinido na humanidade e da relatividade, e da evolução da civilizações. Idéias estas retomadas por Mário de Andrade em Macunaíma.


by Patrícia Mesquita

Macunaíma




A personagem-título, um herói sem nenhum caráter, é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. Escrito sob a ótica cômica, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos.


Esta obra valoriza as raízes brasileiras e a linguagem utiliza o modo de falar dos brasileiros, buscando imitá-lo na escrita, a partir de uma idéia que Mário de Andrade tem de uma "gramatiquinha" brasileira que desvincularia o português do Brasil do de Portugal, e que vinha se desenrolando no país desde o Romantismo. Por conta disso, são comuns as substituições de "se" por "si", "cuspe" por "guspe" entre outras.


O episódio da "Carta pras Icamiabas", as senhoras amazonas, ao empregar o modo de expressão do português de Portugal antigo, implica numa crítica social, demonstrando que o português falado no Brasil é totalmente diferente demonstrando uma grande evolução diante da quebra de regras normativas totalmente arcaicas, apresenta uma quase diglossia entre o modo como a gramática manda escrever e como as pessoas efetivamente se comunicam.



by Ataís Pimentel

sábado, 11 de outubro de 2008

Relação entre Macunaíma e o personagem Hancock.


Neste último ano, foi lançado nos cinemas mundo afora um filme chamado Hancock, estrelando o famoso Will Smith como personagem principal.
Filme este que fez muito sucesso por todos os cinemas por qual passou. Agora um detalhe que chamou a atenção de quase ninguém, foi que o personagem Hancock e o nosso estudado, Macunaíma tem uma forte relação no que diz respeito à atitude.
Hancock se destacou negativamente por todo o território Norte Americano por seu jeito nada conveniente de resolver as situações corriqueiras que uma cidade normalmente passa.
Ele é um bêbado, que anda cambaleando por bancos e praças da cidade até que algum evento possa chamar sua atenção. Qualquer ato de heroísmo vem acompanhado de caos, carros destruídos, pessoas agredidas, e balas por todos os lados.
Não faz qualquer caso de ser respeitado ou bem visto pela população.
Seu caráter duvidoso, logo me fez lembrar diretamente o personagem central do nosso estudo,
Macunaíma, que de certa maneira, pode sim ser comparado à Hancock, visto a diferença de épocas em que vivem.
Macunaíma, o herói sem nenhum caráter realiza sim seus atos de heroísmo, mas dentro da realidade cabível, sem atos espalhafatosos, de uma maneira geral, e sem atos heróicos que vimos na literatura e cinema dos tempos atuais.
Já Hancock, vive no Século 21, cheio de tecnologias por todo o lado, tem o poder de voar, de realizar façanhas, coisas nunca antes vistas, possui uma força inimaginável, características de um herói contemporâneo.
A grande diferença para na data dos personagens.
Pois a comparação de personalidade pode sim ser facilmente feita ao se ler o livro escrito por Mário de Andrade e ver o filme de Joaquim Pedro de Andrade, e momentos depois, alugar o excelente filme Hancock, que por mim se define o Macunaíma Americano do Século 21.

By Matheus Martins

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CURIOSIDADE:



Para índios, Monte Roraima é obra de Macunaíma

Árvore cortada pelo 'herói sem nenhum caráter' teria dado origem ao monte.
História é contada até hoje nas aldeias dos índios ingarikós da região.

Os índios ingarikós que vivem na região do Monte Roraima creditam o surgimento da montanha a Macunaíma, o herói sem nenhum caráter retratado em livro homônimo de Mário de Andrade.

Segundo a lenda, no local onde hoje está o monte havia uma árvore gigantesca com todos os tipos de frutos conhecidos. Por preguiça, Macunaíma teria cortado a árvore para pegar os frutos com mais facilidade. Em seu lugar, teria ficado apenas o tronco cortado da árvore (o Monte Roraima).

O índio ingarikó Odertino Barbosa, 23, disse que a lenda é contada até hoje nas aldeias ao redor do monte. De acordo com ele, depois de cortada, a árvore caiu na Guiana Inglesa, o que explicaria a floresta densa do outro lado da fronteira, em contraste com a região de campos do lado brasileiro. O surgimento das cachoeiras do monte, como a das Lágrimas, de 2.800 metros, e de lagos, como o das Andorinhas, são o "choro da natureza pelo crime de Macunaíma", disse Barbosa. Depois de ter cortado a árvore, Macunaíma teria desaparecido, afirmou.


by Patrícia Mesquita

Maculelê



Uma relação bem parecida, porém estranha... Umas das principais características de Macunaíma era a preguiça e a forte admiração por maquinas. Se bem observamos, a sociedade brasileira tem como heróis uma classe muito restrita a pessoas famosas, e destacada pela mídia, pessoas nas quais a população se inspiram. Mas os “verdadeiros heróis”, os quais ninguém vê, justamente por se omitirem muitas vezes e se desviarem desse status, os policiais, os governantes entre outras pessoas das quais a população depende, se assemelham muito com Macunaíma, tendo em vista que os “nossos heróis”, fogem muitas vezes de seus compromissos, partindo muitas vezes para corrupção, que pode ser comparada à dinheiro, tal comparado à máquina, tão admirada por Macunaíma.

By Ronan O. P. Bezerra